Gracia Martins
(1360 - 1429)

Pedro Esteves

Código: 180875

Nascimento Portugal, 1405

Falecimento Portugal, 1469

 casou-se com Isabel Pinheiro (ou Lobo)

PEDRO ESTEVES f.o de Estevão Annes N 21 do $ 72 nasceo no anno de 1405 pouco mais ou menos foi seu Padrinho da pia, o grande Conde Estavel D. Nuno Alz Pr.a como consta de hum Alvara de emprazam.to q lhe fez da q.ta nova na terra da Payva em 10 de Junho de 1448 q se guarda em pergaminho no Archivo da Casa de Braganqa criou-se no Paqo do Sr. D. Affonco I.o Duque de Bragança, e segundo o estillo delle teve mil croas de Merce p.a seu casam.to q se lhe pagarão dipois da morte do dito Conde como se ve em hum rol de caracteres antigos, q se guarda no Archivo no maço dos discargos; passou dipois a estudar na Universidade de Salamanca onde aprendeo djreito civil e canonico e foi graduado Dr. in utroque foi dotado de grande entendjm.to e de suma prodencia, e de bom concelllo, e de completo conhecim.to nas Letras. As suas virtudes e quaiidades lhe fizerao conciliar os afetos de todos os Principes do seu tempo; O Sr. Rey D. Duarte o fez cavaliciro da sua Casa, q naquelle tempo era o melhor foro della, por não haver ainda o de Fidalgo, esta circunsfancia se prova de hua carra do Sr. Rey D. Affonco 5 feita no anno de 1455 em q igualm.te Ihe encomenda tire inquirição dos previlegios e caseiros, e lavradores dos Casaes e terras de S. Maria de Oliveira de Guimaraens como consta do Livro da Chancelaria, q refere o Conigo Gaspar Estaço no livro q imprimio de antiguidades de Portugal Cap. 53 N 5 a fl. 193; o m.mo Sr. Rey D. Duarte o fez Caudel Mor da Comarca de Guimaraens por Alvara seu passado no anno de 1433 corno consta do Livro da sua Chancelaria a fl. 153. O Sr. Rey D. Affonco 5.o a instancias da Sr.a Infanta D. Brites sua cunhada m.er do Infante D. Fernando seu Irmao o fez Vedor das Obras do Paço, e Furtallezas de Entre Douro Minho por Alvara passado no anno de 1464 Livro da Chancellaria a fl 43; o Senhor Duque D. Affonco corno consta do Archivo da Casa de Braganqa Armario 4 masso dos Ouvidores fez Ouvidor das suas terras por Carta sua passada em Guimaraes a 21 de Abril de 1441 e no seguinte por Alvara passado tambem em Guimaraens em 20 de Junho. Constituio seu procuredor sem limitação algua p.a poder cobrar todas as suas rendas com livre e g.al admenistração sobre rendeiros, vassallos, e fazer avenças quites, e tudo da m.ma forma q costumavão fazer os Vedores da fazenda de EIRey seu Pay, e isto em virtude daquelle emq.to se Ihe nao passava Carta de Vedor — 16 Armario 1.o Correm as memorias do Dr. Pedro Esteves asim na Torre do tombo, como no Archivo da Casa de Bragança desde o anno de 1426 em q o Conde Estavel escreveo a seu pay Estevao Annes e Ihe diz q vira no Paço do Duque seu genro, e Ihe perguntara q.m era q.do Ihe foi tomar a benção he o anno de 1469 em q sua m.er se achava viuva, e pedio ao Sr. Rey D. Affonco 5.o os previlegios de seu marido em favor dos seus criados e cazeiros. No referido anno de 1425 se achava Pedro Esteves com 20 annos de idade já formado Dr., e despedido da Universidade de Sallamanca, seu Irmao mais velho João Esteves q se achava com grande prjvança com o Duque D. Affonco, e casado em esperanqas de ter f.os detriminou consigo aumentallo, e fazer casa em seus sobrinhos e alcançou daquelle Pricipe q o admitisse ao seu serviço, e no anno de 1426 se acha já tanto na privança q Estevao Annes seu Pay Ihe escreveo de Barcellos a villa de Extremoz aonde entao se achava p.a q Ihe alcancasse o emprezam.to de hum Paul chamado a Bouça do Calabouça antiga e outros pretendiao com empanho, foi esta carta escrista em 20 de Dz.o de 1426, e a 6 de Fevr.o de 1427 se fez escriptura deste emprezam.to q se acha no m.mo Archivo e original e ja mt.o gastada e rota em partes e se nao lê ja o nome do T.am q o fez.

No anno de 1429 acompanhou seu Irmão João Esteves e aos Duques na Romaria de N.a Sr.a da Lapa q a Sr.a Duqueza D. Constança havia prometido pella restauração da saude do Duque seu marido q havia estado em aquelle anno perigosam.te infermo, consta de hum Alvara asignado em pergamingo pella m.ma Senhora em 11 de Junho no q.l se faz mençao das merces de ajuda de custo a varias pessoas q haviao de acompanhala, as quaes se vem asignadas no m.mo Alvara de como receberao do Tizoureiro, e he digno de reparo em favor da familia de q escrevemos, q neste papel se achão duas circunstancias q mostrão e provão a destinção q havião entre as pessoas de João Esteves e seu irmão, e os mais criados q ali se nomeão, porq alem de os nomear por Cavalleiros da sua Casa e por Escudeiros Ihe manda dar quarenta croas p.a ajuda de custo de ambos e outras 40 p.a se repartirem entre João Alcaforado, Ruy de Pina, Affonco Peres, e Marçal Affonco seu f.o dez cada hum, e no asignar q o receberao observao esta ordem =asignão da p.te direita pr.o Esteves e logo imediatamente abaixo seu irmão Pedro Esteves, e da outra p.te firmão em columna comecando trez dedos abaixo da firma de Pedro Esteves o q pr.o asignou dos 4, q todos erao pessoas nobelissimas com ascendentes e descendentes fidalgos e esta destinção q o Duque ali faz das suas pessoas, e atenção com q os outros firmao sobmetendo-se tanto as suas firmas inculcam.to a Fidalguia q nelles respeitavao. Neste mesmo anno dipois de voltarem desta jornada recebeo Pedro Esteves a nova da morte da sua may q havia falecido em 29 de Junho antecedente por carta de seu Pay a 21 de Julho. Havia por este tempo no serviqo destes Princepes hum Fidalgo honrado da familia dos Lobos S.res de Alvito chamado Martim Gomes Lobo o qual era Ouvidor G.al das terras do m.mo Duque, e muito poderoso p.a com elle e de grande valia p.a todos, entendeo João Esteves q casaria bem seu Irmão com a filha deste Fjdalgo, não só pello segurar mais no valim.to do Duque mas tambem ao bom dote q com ella esperava por ser seu pay m.to rico e pelas grandes allianças q fazia com outras familias ilustrissimas com q.m o d.o Martim Gomes Lobo tinha ja casado outras suas filhas e Irmans da noiva como se pode ver no tt.o de Plnheiros pr.a parte $1 sub N... prepoz a seu Irmao este casam.to, e dipois ao Duque q prometeu ajustallo e o aprovou; dos preliminares deste deo Pedro Esteves parte a seu Pay p.a q Ihe dissesse a sua aprovaqao, e elle Ihe respondeo em carta escripta de Barcellos a 11 de Janeiro do anno de... emcaminhada a Estremoz onde entao se achava a Casa e Braganca começando desta sorte =(Carta de Estevão Annes p.a seu f.o: «Pedro vejo lo q me dices sobolo teu casam.to, e los filhos de bencam asim lo soem fazer, e como o Senhor Conde a metido-se nello nom pode virte couza má; e como sem aprovallo, e nem o fizeste certo a aprobação minha he o q João Esteves fizer já como filho, e Iá nom te aleixes em nada do q el mandarte, etc.».

Individuemos aqui estas circunstancias todas p.a q sirvao contra a falsidade da satira asima repetida q o Dr. Pedro Esteves se cazara por Amores com hua Judia mostrando-se o contrario no q the aqui temos escripto. Concluio-se com efeito o casam.to no anno de 1434, teve hum filho a q chamarao Alvaro em lembrança talvez do grande Prior do Crato D. Alvaro Glz pra seu quarto avo. Foi seu Padrinho seu Thio João Esteves q desde entao entrou com mais efficacia a cuidar em fazer hua boa casa a seu afilhado, e no anno de 1436 escreveo a seu Pay Estevao Annes dizendo-lhe q intentava vincullar em Morgado todos os seus bens q havia adquerido, e os q lhe pertencerão por morte de sua may, porq seu Irmao Pedro Esteves se achava com hum filho, e em vesporas de ter outro e q sobre isto esperava o seu parecer; mas nao so lhe aprovou seu Pay este desejo, mas tambem no seu ttt.o com q falleceo vincullou em Morgado hua propriedade q havia tornado em sua tersa e a nomeou em o m.mo seu neto Alvaro em 28 de Mayo de 1438, e Joao Esteves fez com efeito a Instituição de vincullo de suas fazendas, nomendo p.a ademenistrador ao do seu sobrinho, e afilhado no 1.o de Dz.o de 1453 como nos dissemos ja. Continuou sempre Pedro Esteves no servisso da Casa de Bragança, e o Duque D. Affonco o nomeou em o anno de 1441 por ouvidor das suas terras como ja dissemos por Carta de 21 de Abril feita em Guimaraens por Lourenco Annes e no seguinte de 1442 aos 20 de Julho por Alvara tambem feito em Guimaraens o constituio o m.mo Duque (intitullando-se Conde de Barcellos) seu procurador p.a cobrar, e adeministrar todas as suas rendas, como se fosse vedor, emqt.o se lhe nao passava Carta de Vedor; entrou Pedro Esteves no manejo dos negocios, e prefundando-se cada vez mais na comfidensia daquelle Princepe passou a corte a tratar com EIRey, e com o Infante D. Pedro entao Regente do Reyno materias de grande importancia, como se ve de duas instruçõens q lhe deo asignadas de sua propria mao a 6 de Agosto de 1446 e entre elles era hua o casam.to de suas netas filhas de sua f.a a Infanta D. Izabel e do Infante D. Joao seu Irmao e genro q havia fallecido no anno de 1443 =sobre este particullar se acha no Archivo da sua casa hua carta original q Pedro Esteves escreveo estando em Estremoz asignando-se nella com estas pallavras= vosso Servidor, e vossa feitoria =nella se ve a m.ta confiança com q o aconcelhava, e advertia; com effeito ajustou como Plenipotenciario seu o casam.to daquellas duas Sr.as Princezas D. Izabel com EIRey D. João 2.o de Castella, e de D. Brites com o Infante D. Fernando Irmao de EIRey D. Affonco 5.o, o pr.o q se concluio foi o de Castella no anno de 1447, o segundo se dilatou mais; e no anno de 1457 asignou como tt.a o instrom.to de Arraz q o Infante D. Fernando prometo a sua m.er, e a doação feita a m.ma Sr.a dos fructos de Serpa; Acha-se tambem asignada na Instituição de Morgado q no anno de 1460 fez o Duque D. Affonco p.a seu neto D. Joao q dipois foi Conde Estavel de Portugal de todos os bens q havia herdado da Comendadeira de Santos D. Ignez Pires sua may em Lisboa, e de outros em Evora Monte, e Extremoz. No anno de 1461 =asigna tambem hum previlegio concedido a villa de Estremoz digo a villa de Chaves chamando-se Dezembargador Mor, nome q lhe davao por ter hum absoluto poder nas terras do Duque. Nas difrenças q sobrevierao, entre a Casa de Bragança e os Condes de Monterroy no Reyno de Galiza sobre a divizao dos limites das suas terras nos termos de Monterroy, e Chaves o nomeou o Duque por seu Plenipotenciario no anno de 1461 q ajustou em Dezembro do d.o anno a 20 com o Bacharel Affonco Glz procurador de Diogo Lopes de Zuniga Sr. de Monterroy, de cuja compozição se acha hua escriptura firmada por elles em Pergaminho no Archivo da Casa de Bragança. Neste m.mo anno falleceo o Duque D. Fernando seu f.o o 1.o do Nome e no seguinte a 6 de Agosto asestio como tt.a ao contrato de casam.to q se celebrou entre a Sr.a D. Brites f.a do Duque D. Fernando com D. Pedro de Menezes Conde de Villa Real, e Governador de Ceuta, e asignou-se = O Dr. Pedro Esteves do Concelho de EIRey, e Cavalleiro da Casa do Duque D. Fernando = de todos estes empregos, e de tantas asistencias em actos tao nobres se ve qt.o estimavel era a pessoa de Pedro Esteves neste Reyno, e qt.o atendido era dos princepes delle. Ajuntou tn.tas fazendas, e teve illustrissimo trato de suas pessoas, e Casa e esta veyo a ser m.to poderoza pellas m.tas heranças, q teve porq allem de suceder a seu Irmao Braz Esteves em todos os prazos q este possuia, e na Adeministração do Hospital da rua das Congostas do Porto de q tomou posse em 17 de Janr.o de 1459 como consta do Instrom.to q della se passou q temos por certidao autentica, e a allegarão ja o Dr. Gaspar Alz, e D. Luiz Lobo; herdou tambem de seu Thio Alvaro Annes Cernache Sr. de Gaya, e Anadel Mor de Besteiros de Cavallo como consta de hum pergaminho antigo concervado no Cartorio do Mosteiro das freiras de villa nova do Porto allegado por M.el de Souza da S.a e Pello Padre Fr. Antonio Madureira, q afirma o vio, elle o João Pr.a Sr. da q.ta do Pereiro n. al da Feira, escudeiro do Duque de Bragança, com sua m.er Leonor Vasques lhe fez doação de hua fazenda na villa de Barcellos em 5 de Marco de 1454, e no dia antecedente do mesmo anno lhe fez hum Joao Affonco f.o de Affonco Domingues doação de hua terra junto ao muro da m.ma villa, e ambos os Instrom.tos destas doacoins q forao feitas por Ayres Glz Tabaliao publico Geral de EIRey em todo o Reyno, e pello Duque de Bragança em todas as suas terras consta ser o Dr. Pedro Esteves Cavalleiro da Casa do m.mo Duque, e casado com D. Izabel Pinheiro: teve de emprazam. to das Relegiozas do Mosteiro de S. Domingos das Donas de Villa Nova do porto a q.ta de Revellena na freg.a de Santa M.a do Salto terra do Barrozo, e a de Portemim em S. Clemente de Basto por trespasse do Duque D. Affonco, q elle como Procurador antecedentem.te da prioreza, e freiras do d.o Mosteiro a havia emprazado em 3 vidas com obrigação de hua penção annual de cento e dez livras de moeda antiga por instrom.to feito no Castello da villa de Chaves em 7 de Jan.ro de 1445 pello m.mo T.am G.al Ayres Glz com todas as suas cazarias, Aldeas, Cazaes, herdades, devezas, foros, Tributos, honras e direitos, como consta do m.mo Instrom.to escripto em pergaminho q se concerva no Archivo da Casa de Bragança; foi tambem Sr. da Aldea de Curate no Concelho de Montelongo digo de Monte Alegre q comprou no anno de 1459 a hum Payo... cujo appellido nao esta legivel na escriptura por morte de seu Irmao Joao Esteves, ficou tambem admenistrador do Morgado de Pouve em nome de seu filho, e foi Admenistrador do vincullo q seu Pay Instituio com sua m.er lzabel Pinheiro; teve em dote entre outros bens o Padroado q he data de seus sucessores rende hoje perto de 34$ em Chaves onde rezidio vinte e quatro annos, com sua casa, comprou m.tos quartos e quintos de Reguengos como escreve Louzada, e se se nao houvera devidido a sua casa entre seus filhos seria hoje das mais poderozas do Reyno.

Instituio com sua m.er p.a seu Jazigo hua Capella na Torre dos Sinos a intrada da Colegiada de G.es de N.a Sr.a da Oliveira comecando des os fundam.tos a m.ma Torre q dipois acabou o Bispo D. Diogo Pinheiro seu f.o e nella da p.te do Evangelho junto ao Altar estao dous tumullos de gesso levantados do Chao com vultos de ambos em sima, o de Pedro Esteves com hum Livro de baixo da cabeceira fingido no m.mo gesso, e sua m.er D. Izabel Pinheiro toucada com hua ficta, q aperta a cabeça e a cerca ao redor junto as orelhas e em letras Goticas estas palavras de hua p.te = Izabel Pinheiro =, e da outra = sempre Vossa = em cada hum dos tumullos se ve hum escudo sustentado por dois icons no de Pedro Esteves se vem as flores de lix das suas Armas, porem tao gastas, q se nao conhecem ja bem as suas figuras e alguns as tiverao por Chaves intendendo serem as Armas dos Cogominhos (1); porem Louzada q ha cento e dez annos q as vio escreve serem flores de Lix e he tt.a do Mayor credito, porq allem de ser m.to exacto, as vio com menos ruina; no de D. Izabel Pinheiro se devizao inda dois lobos, e metade dos outros por haver consumido o tempo o revelado dos mais, q haviao de ser cinco Armas verdadeiras dos Lobos deste Reyno sao as sepulturas de construção mais nobre guardadas ao redor com guardas de ferro como se ve a do Sr. Rey D. Deniz em Odivellas. No anno de 1605 as mandou reparar Alvaro Pinheiro 3.o deste nome, e seu descendente, e sucessor nos Morgados, e abrindo-se em prezença do Licenciado Gaspar Alz Louzada (q deixou escripta esta Notissia na ilustração desta Famillia) se acharao os corpos destes dois casados juntos em hum so destes Tumullos inteiros com os ossos unidos, posto q a carne ja gasta a modo de mirrados. Esta Capella dotarão de m.tas propriedades asim no tr.o de Guimaraens como no Barcellos de cujas rendas se satisfazem as m.tas Missas q deixarao por suas Almas.

Fez o Dr. Pedro Esteves as nobres Casas na villa de Barcellos q seu filho acrecentou como se ve de hum escudo q está no pr.o andar das ditas casas da p.te do nascente, no meyo do qual escudo se ve hum escudo mais pequeno (2) com quatro Chaves penduradas por hum cordel com este letreiro em roda = Estas casas mandou o Dr. Pedro Esteves fazer no anno do Sr. de 1448 = e me admiro como fazendo o d.o Pedro Esteves estas casas lhe nao puzesse as cinco flores de lix das suas Armas, e as dos Pr.as, na forma q diz Monterroyo q lhe pertenciao, e em obsequio a tao grande genealogico me suspendo, mas parece verosimil nao deixasse de as por; eu copeio as ditas Armas asim como se achao p.a q se veja. A duvida q nasce de Pedro Esteves nao uzar das Flores de Lix como se diz neste $ e no $ 72 N 19 porq parese devia uzar mais dellas nas casas q fez na Torre dos Sinos de G.es, e abandonando as nas casas seu filho Alvaro Pinheiro como abaixo se ve, pondo no primeiro Escudo as dos Pinheiros, no segundo, as q seu pay poz nas casas, e no 3.o as dos Lobos devendo ser no pr.o as Flores de Lix.

(1) E qual seria a rezão porq Pedro Esteves nas casas q fez em Barcellos não poz por Armas as Flores de Lix mas as q digo abaixo, e as não poz igualm.te seu f.o; eu nao sei a rezao se erao da sua varonia = veja-se a abaixo, e he certo erão Chaves as Armas q tinha como as q tem em pedra nas casas q fez nesta villa, q se Louzada vira não diria erão Flores de Lix. — Não he natural q no tumullo de Pedro Esteves se puzessem as cinco Flores de Lix das suas Armas e as não Puzesse nas casas q elle fez nesta villa, em q poz as q asima digo e as não puzesse seu f.o Alvaro Pinheiro, he natural q Louzada se enganasse como na verdade se enganou pois se visse as q elle poz nas suas casas q fez nesta villa conheceria não erao Flores de Lix mas as Chaves atadas por hum Cordel, e as q poz Alvaro Pinheiro com a dos Pinheiros, e Lobos na Torre das suas Cases q como são feitas em pedra se concervão boas, e Louzada as vio ja arruinadas, inda q não tanto como estão.

(2) Tem o escudo pequeno com as Chaves Mouriscas q só parecem quatro, mas he certo serem as Armas de Pedro Esteves, pois não se descobre rezão para por nas suas Casas o escudo de Chaves se não fosse por ser as suas Armas, mas sem Timbre, e a rezão de o não ter pode ser o q diz a Nobliarchia Port. fl 223, e por essa rezão as poz seu f.o Alvaro Pinheiro no seu Escudo em segundo lugar, e no pr.o as de sua may.

Da p.te do Sul no ultimo andar da Torre se acha hum escudo de Armas q mostra ser posto dipois q Pedro Esteves fez as ditas Casas, (1) partido no pr.o se ve as Armas dos Pinheiros, q toma todo o lado direito, no segundo o m.mo escudo q Pedro Esteves tinha posto da p.te do nascente, e no ultimo o de Lobos, em roda este Letreiro = Estas Armas são de Alvaro Pinheiro Lobo (o qual era filho de Pedro Esteves), o q mostra elle mandou fazer aquella Torre.

E se a sua varonia era difrente de Pinheiros paresse devia ser no pr.o escudo as cinco Flores de Lix, e dipois o de Pereiras, e dipois de Pinheiros, e dipois o de Lobos, eu copeio aqui as mesmas Armas (2) = mas sempre me faz duvida como fazendo Pedro Esteves aquellas casas não puzesse as suas Armas, nem seu filho Alvaro Pinheiro, mas só as dos Pinheiros, e Lobos =

(1) Pedro Esteves mandou fazer as casas da p.te do Nascente, e seu f.o Alvaro Pinheiro as acrescentou mandando fazer-lhe as duas Torres, e em hus as suas Armas.

(2) Vejão-se as Armas q estão no Jazigo desta Casa na Matriz da v.a de Barcellos neste $ abaixo sub 25.

Estas memorias q acho do Dr. Pedro Esteves, e sua m.er D. Izabel Pinhciro, e por estas circunstancias q aqui referimos reconhecerão todos os q não forem ereges da rezao, o quanto andão cheyos de erros, e falsidades os Nobeliarios do nosso Reyno ignorando as qualidades, e origem desta familia, fazendo já plebea, e já de sangue infecto hum varão tão grande.

Faleceo no anno de 1469 no mez de Julho, e em Dezembro concedeo EIRey D. Affonco 5.o a sua m.er os previlegios de seu marido p.a todos os seus criados, e cazeiros, e lavradores pudessem ter as m.mas franquezas e isencois q gozavão no tempo do d.o Pedro Esteves o q consta do Livro 2.o da sua Chancelaria fl. 155.

Cazou o d.o Dr. Pedro Esteves com D. fzabel Pinheiro filha de D. Mor Esteves Pinheiro e seu marido Martim Gomes Lobo, ou Martim Lopes Lobo, e neta de Estevão Gomes de Outiz Pinheiro, etc., como se diz no $ 14 N 4 […]

(NFP, 1941, Pinheiros $ 74 N 22).

Sobrenome Esteves

Cadastrado por Gilmar Cesar Inácio de Sá.
Árvore genealógica Parentes próximos Descendentes Famílias às quais pertence

Isabel Pinheiro (ou Lobo)

Código: 180876

Nascimento Portugal

Falecimento Portugal, 1469

 casou-se com Pedro Esteves

Sobrenome Pinheiro

Cadastrada por Gilmar Cesar Inácio de Sá.
Árvore genealógica Parentes próximos Descendentes Famílias às quais pertence

Filha do casal:
Maria Pinheiro Cogominho (? - ?)