Sebastião Albuquerque Veríssimo

Código: 5816

Nascimento Cruz Alta, RS, 3 ago 1881

Falecimento São Paulo, SP, 1936

 casou-se com Abegahy Morais Lopes

Irmãos:
Antônio Albuquerque Veríssimo (1893 - 1960)
Maria Augusta Albuquerque Veríssimo
Columbiano Albuquerque Veríssimo
Nestor Albuquerque Veríssimo
Fabrício Albuquerque Veríssimo
Regina Albuquerque Veríssimo (? - ?)
Adélia Albuquerque Veríssimo

Trecho extraído de "Cruz Alta" de Izaltina Vidal do Pilar Rosa. - 1981.
"Talvez tenha sido o mais aquinhoado cérebro nascido no passado em Cruz Alta. Filho de Dr. Franklin Veríssimo e Adriana Pilar de Mello Veríssimo, foi Sebastião, um estudante que no 1º ano de sua faculdade esbanjou seu talento em festas de toda sorte. Chegado o fim do ano comunicou a seu pai, a sua "falta de sorte" nos estudos e pediu sua volta. Seu pai mandou uma condução esperá-lo na estação Espinilho, primeira parada do trem antes de Cruz Alta. Disse-lhe o condutor do carro antigo que trazia ordem escrita de seu pai para levá-lo diretamente ao engenho e incorporá-lo à peonada que lá trabalhava.
Lamentou não poder ver sua mãe, mas obedeceu. O seu trabalho foi árduo e difícil para quem só festejou durante o ano de falso estudo. Terminado o período de trabalho durante um mês, voltou e afirmou a seu pai que voltaria a estudar. Sua palavra de honra valeu e seu ombro sarou das feridas que o trabalho lhe causara. Voltou a Porto Alegre no ano seguinte e foi modelar estudante sendo o primeiro farmacêutico formado desta cidade. Seu primeiro filho chamou-se Érico Veríssimo.
Quando o prefeito Pedro Paulo Scheneumann foi cassado por seus próprios partidários, só achou em Cruz Alta um homem em que confiou para entregar seu cargo na Prefeitura. Foi Sebastião Veríssimo seusubstituto até ordem superior do Governo do Estado. Ao entrar na Prefeitura Sebastião entregou as credenciais que trazia e foi agredido por um funcionário que lhe disse: ---- Maragato não entra nesta Prefeitura.! Sebastião levantou sua bengala, enxotou-o levemente e subiu a escadaria até o gabinete do Prefeito. Aqui viveu alguns anos ainda e foi para S. Paulo. Na Revolução de 30 quando João Alberto foi nomeado Interventor de São Paulo, Sebastião Veríssimo foi convidado para uma das secretarias do grande estado. Trouxe para nossa terra grandes companhias de ópera, pois era um apaixonado pela música. Por três vezes foi mandado matar pela política feroz do passado...
Montou a "Farmácia Brasileira" ao lado de sua casa, hoje Museu Érico Veríssimo. Os pobres, que não podiam comprar os remédios, os recebiam dele gratuitamente.
Quando o jornal "Cruz Alta" que pouco antes cumprimentava e tecia inúmeros elogios ao então chefe republicano Gabriel da Silva Lima, veio-lhe com uma tremenda descompostura e o mínimo que o chamavam era "negro vil" , houve uma imediata reação de muitas pessoas de caráter.
Sebastião Veríssimo, estudante valente e cheio de ideal escreveu no exemplar mesmo que devolvia:
" Devolvo este pasquim nojento, esgoto nauseabundo das fezes do celerado Firmino de Paula. Ass: Sebastião Veríssimo. "
Sebastião Veríssimo recebeu uma intimação do novo chefe, General Firmino de Paula, para comparecer à redação do "Cruz Alta", com a determinação: Já ... Já... Já...!
Sebastião irritou ainda mais o General quando respondeu:
- Diga ao General que vou agora ao banho,depois comerei um bife com ovos, é meu hábito, tomarei café, e havendo tempo, atenderei a intimação.
Não compareceu. Pouco depois aparecia em Cruz Alta um "matador", conhecido por Maneco Taruman, que só não pode agir impedido por João Viau, um valente chamado para guardar o jovem Sebastião. Na segunda tentativa para eliminar o "mocinho atrevido", seu pai Franklin Veríssimo, o mandou de volta para Porto Alegre, onde estudava.
Na noite de 4 de fevereiro de 1913, ocorreu o “Carnaval Sangrento”, em Cruz Alta. O Clube Comercial estava com salão repleto, quando o animado baile de carnaval foi súbitamente interrompido por uma saraivada de tiros, que quebraram vidraças, e infundiram pânico geral. O delegado de polícia foi morto, e gravemente ferido um tenente que o acompanhava.
Sebastião Veríssimo corajosamente impôs-se aos atacantes, exortando-os a que não atirassem contra senhoras e homens desarmados.
Atualmente a Universidade de Cruz Alta, UNICRUZ, emcampou o Museu Érico Veríssimo e com o propósito de ampliá-lo, pretende adquirir o prédio contíguo, onde foi a "Farmácia Brasileira" de Sebastião Veríssimo. Depois de tantos anos murada, a porta que interligava a residência de Sebastião, hoje museu, e sua antiga farmácia, está para ser novamente aberta.
Sebastião foi para Porto Alegre, depois para São Paulo, onde chegou a ser secretário de governo, e onde findou obscuramente seus dias. A personalidade singular de Sebastião Veríssimo, com suas reconhecidas virtudes, e suas indisfarçáveis imperfeições, inspiraram a criação do personagem de Érico Veríssimo, "Capitão Rodrigo".

Sobrenome Albuquerque
Sobrenome Veríssimo

Fonte: Compêndio Ilustrado da Genealogia Lucas Annes
Árvore genealógica Parentes próximos Descendentes Famílias às quais pertence

Abegahy Morais Lopes

Código: 5824

 casou-se com Sebastião Albuquerque Veríssimo

Sobrenome Lopes
Sobrenome Moraes

Fonte: Compêndio Ilustrado da Genealogia Lucas Annes
Parentes próximos Descendentes

Filhos do casal:
Érico Lopes Veríssimo (1905 - 1975)Ênio Veríssimo (1908)