José Mortimer Dayrell
(1843 - 1922)

Joaquim Mortimer Dayrell

Código: 185554

Nascimento Serro, MG, 19 out 1881

Falecimento Serro, MG

 casou-se com Hermínia Lotti Mortimer

Irmãos:
Benigna de Aguiar Dayrell Filha (1876 - 1962)
Maria Alice Dayrell de Lima (1877 - 1932)
José Mortimer Junior (1878 - 1918)
João Dayrell Mortimer (1882 - 1958)
Augusta Dayrell (1890 - 1910)

JOAQUIM MORTIMER DAYRELL
AS FAZENDAS-MODELO EM MINAS GERAIS (1906-1915) - A FAZENDA MODELO DA FABRICA- SERRO, MG
A Fazenda-modelo da Gameleira instruiu, formou, educou para e pelo trabalho agrícola centenas de jovens e adultos, trabalhadores ou filhos das classes médias e abastadas da sociedade mineira do início do século XX. Os aprendizes passavam em média dois meses na fazenda, a fim de se instruírem no manejo das modernas máquinas e processos agrícolas. A fazenda da Gameleira contribuiu também para a disseminação de conhecimentos sobre a agricultura dita moderna, ao receber fazendeiros e visitantes de diversas partes do Estado e do país. Nesse sentido, atuou não apenas como escola agrícola, mas também como campo de demonstração e experimentação. Vale ressaltar o papel de formador que o presidente do Estado, João Pinheiro da Silva exerceu junto aos aprendizes a operários agrícolas e mestres de cultura.
Antes mesmo da iniciativa privada voltar-se para a formação de técnicos destinados à agricultura, a Fazenda-modelo da Gameleira supriu de mão-de-obra qualificada vários órgãos da burocracia estatal, com destaque para a diretoria da Agricultura, que se serviu de diversos funcionários formados pela Gameleira. A iniciativa particular, tais como escolas de agricultura e fazendas, se beneficiaram dos mestres de cultura formados pela Gameleira.
“de vários pontos do Estado têm afluído à fazenda-modelo da Gameleira fazendeiros e emissários destes, que ali vão afim de assistir aos trabalhos de de preparação e manejo independente do tamanho da terra, realizados utilmente com o emprego de máquinas agrícolas.[...] Pessoas de classes diversas, desde o fazendeiro ilustrado até o simples camarada, têm recebido a mesma impressão da fazenda da Gameleira – a impressão do trabalho fecundo” (Jornal Minas Gerais, 10 de julho de 1907, p. 5, col. 4).
As fazendas-modelo, instituições de ensino agrícola de caráter prático, eram estabelecimentos de ensino voltados para um público adulto e trabalhador, nos quais não havia comprometimento com a alfabetização, com os estudos teóricos ou mesmo com a elevação da escolaridade dos aprendizes. Foram implantadas pelo Brasil e, em Minas Gerais, na capital e em algumas cidades do interior. Elas foram instituídas como parte de uma política pública nacional nos anos iniciais do século 20. Em Minas Gerais foram criadas entre os anos de 1906 e 1915
A Fazenda Modelo Gameleira foi a primeira delas, a história oficial da cidade nos conta que, na época da fundação de Belo Horizonte, o território da Gameleira abrigou fazendas-modelo do estado que tinham como objetivo o abastecimento da cidade. foram instituídas por João Pinheiro da Silva quando este foi presidente do Estado de Minas Gerais (1906 - 1908).
O Estado comprou a Fazenda da Gameleira, por 8 mil réis, com a intenção de instalar ali um centro de formação agrícola – o Instituto João Pinheiro. Mais tarde, o espaço deu lugar ao Posto Central à Monta, com a instalação do primeiro polo de melhoramento genético de rebanhos de Minas Gerais.
O Parque de Exposições da Gameleira, como o belo-horizontino o conhece hoje, só foi inaugurado em 18 de junho de 1938.
..."Um dos mestres de cultura formados pela Gameleira, Firmino Garcia era arrendatário da fazenda Gameleira, quando da sua compra pelo Estado, sendo, portanto, agricultor. Outro, JOAQUIM MORTIMER DAYRELL, era provavelmente de família que possuía alguma inserção na sociedade, não sendo, possivelmente, destituído de posses, mas não pude saber se era agricultor ou não. Dois outros mestres de cultura, Manoel Aires da Gama Bastos e seu filho, pertenceram às classes medianas do município de Campanha (VERSIEUX, 2010). Um mestre de cultura, como afirmei, deveria possuir “alguma instrução” (Jornal Minas Gerais, de 5 de dezembro de 1907, p. 2, col. 2), que pode ser traduzida num rol de conhecimentos que não eram adquiridos facilmente, tais como saber ler, escrever, contar e, mais do que isso, fazer tudo isso de forma a poder elaborar relatórios e cuidar da contabilidade das fazendas-modelo, colônias e campos de experiência e demonstração.
É verdade que um dos principais problemas enfrentados pela diretoria de Agricultura relacionou-se à prestação de contas dos estabelecimentos, o que revela que nem todo mestre de cultura realmente possuía os conhecimentos que dele se esperava possuir. Ainda em relação aos mestres de cultura, julgo pertinente algumas considerações, de caráter mais geral. O número de aprendizes nas fazendas-modelo foi pequeno, como salientou Maria Auxiliadora Faria (1992) e como pude perceber no trato com as fontes (VERSIEUX,2010). E esse número diminuiu ao longo do tempo em relação aos aprendizes da Gameleira, que foram 51 em 1907 e apenas 17 em 1914, sendo o menor número – 14 – registrado em 1911, de acordo com (Versieux (2010). Há que se considerar, porém, a informação de que, nesse ano de 1911, todos os aprendizes se formaram mestres de cultura, mesmo que quatro deles tenham passado menos de 30 dias na Gameleira.
Além disso, como já salientei, não encontrei evidências de que as outras fazendas-modelo tenham formado mestres de cultura. Procuro explicar essa diminuição do número de aprendizes nas fazendas-modelo, bem como a exclusividade dada à Gameleira na formação de mestres de cultura, por meio da lógica imposta pelo governo de João Pinheiro. A fazenda da Gameleira, por situar-se na capital, podia – como de fato o foi – ser mais bem fiscalizada. Consequentemente, a formação dos mestres de cultura – que seriam os executores práticos da política de João Pinheiro – também poderia ser acompanhada de perto, o que o governo possivelmente não daria conta de fazer nas outras fazendas espalhadas pelo Estado. Além disso, os mestres de cultura eram contratados pelo Estado, e não nomeados, podendo ser dispensados a qualquer momento, se assim julgasse o governo. Por outro lado, o decreto 2.027/1907 previa a possibilidade de esses aprendizes ascenderem à máquina estatal, e então eles seriam concorrentes dos que lá já estavam. Reforça essa minha percepção as algumas ameaças que os encarregados sofriam de demissão, e as demissões que de fato aconteceram. Como exemplo, cito a minuta de um ofício, datado de 6 de abril de 1909, dirigido a um dos encarregados da fazenda-modelo do Serro, JOAQUIM MORTIMER DAYRELL que fora alertado que “se dirigir outro ofício a esta repartição nos termos do de 14 de março findo, será dispensado do cargo de mestre de cultura” (Jornal Minas Gerais, 16 de abril de 1909, p. 3, col. 1). Não pude saber quais termos foram esses, mas, com efeito, 10 dias depois daquele ofício, o mestre de cultura foi dispensado do cargo, a seu pedido, possivelmente por não ter aceito ou suportado as pressões que sofrera. Dessa forma, entendo que o próprio mecanismo elaborado por João Pinheiro para garantir a fiscalização do Estado sobre a formação dos mestres de cultura, somado ao incentivo à carreira agrícola que se queria difundir, acabaram por minar o processo de formação desses mesmos mestres de cultura.
Quanto à Fazenda Modelo da Fábrica, no Serro, não se conseguiu arrendá-la, atribuindo-se o malogro aos péssimos terrenos. Em fins de 1915, após algumas tentativas de arrendamento, a fazenda foi colocada a venda. Apareceram três compradores: Emilio da Rocha Freire, dr. Antônio Tolentino e José Mortimer Dayrell. Este último eu suspeito ter algum parentesco com Joaquim Mortimer Dayrell, o primeiro encarregado da administração desta fazenda-modelo, como já explicitei no Capítulo 2. A venda se consolidou em novembro do mesmo ano e
“apesar de haver sido a fazenda avaliada em 11:475$, foi determinada a venda ao sr. Emílio da Rocha Freire [por 4:000$], porque estava patente que, no caso de nova praça, não se conseguiriam maiores vantagens e ficava, assim, o Estado obrigado à continuação de dispêndios sem nenhum resultado”
Dessa forma, mesmo tendo sido grande o investimento do Estado naquela fazenda – o que pode ser mensurado tanto pelo valor avaliado de venda, quanto pela quantidade de obras e benfeitorias realizadas durante seus quase oito anos de funcionamento –, o secretário da Agricultura via vantagens nesse negócio, principalmente por ter sido o imóvel adquirido por três contos de réis (3:000$000) em 1907. Afinal de contas,
“de área muito reduzida e de terrenos que não ofereciam grandes vantagens para a cultura, só servindo mesmo para experiências de adubos, não se podia mesmo esperar que, por maior importância, se achassem compradores, mormente nesta época difícil que atravessamos”
Raul Soares vendeu apressadamente a fazenda-modelo do Serro por um valor quase três vezes menor em relação ao preço avaliado pela secretaria de Agricultura. O prejuízo foi, então, de mais de sete contos de réis.
Trechos do TCC de DANIELA PEREIRA VERSIEUX - Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Educação Tecnológica do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - CEFET-MG, para obtenção do título de Mestre em Educação Tecnológica. - Orientador: Prof. Dr. Irlen Antônio Gonçalves - Co-orientador: Prof. Dr. José Geraldo Pedrosa

Sobrenome Dayrell
Sobrenome Mortimer

Cadastrado por Antônio Carlos Dayrell Lucas.
Fonte: Antônio Carlos Dayrell Lucas (Antônio Dayrell) Fone: (038) - 99871-3754 - Três Marias - Minas Gerais Email►antonio.dayrelltm@gmail.com Email►dayrellmortimer@groups.faceb
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Hermínia Lotti Mortimer (Nigrinha)

Código: 185555

Falecimento Falecida.

 casou-se com Joaquim Mortimer Dayrell

Sobrenome Lott
Sobrenome Mortimer

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Filhos do casal:
Ena Mortimer Lotti (1905 - 1996)Nair Lotti Mortimer (1906 - 1990)
Carlos Mortimer (1914 - 1977)Maria Mortimer Magalhães
Maura Mortimer Magalhães