Alferes de Milícias, José Coelho de Magalhães

Código: 56780

Nascimento Portugal, 1759

Falecimento Morro do Pilar, MG, 1806

 casou-se com Eugênia Rodrigues da Rocha
casou-se com Escholástica Magalhães

Nasceu na Província de Entre Douro e Minho, em Portugal.

Era conhecido por José Coelho da Rocha, mas não oficialmente. O sobrenome "Rocha", pertencia à esposa.

*****************************FAMILIA COELHO DE MAGALHAES

****PROCESS0: 17503777 - CAIXA COARPE: 21100 - NúMERO NA LISTAGEM DE CONCEICAO: 3778 - ​DATA: 02/10/1849 - LOCALIZACAO: 4.3.12.6.6.2 - INVENTARIO​

Solicitei o inventário 17503777, da Listagem de Conceição do Mato Dentro, imaginando que o nome António Rodrigues Coelho, de 02/07/1849, se trataria do falecimento de D. Anna Carlota D'Araújo, no qual o trisavô António tivesse atuado como inventariante.

Mas não. Ele foi o falecido. Pedi porque pensei que talvez dona Carlota nos levasse aos pais da tia-tetravó Bebiana Lourença de Araújo. E estava completamente enganado.

Trata-se de António Rodrigues Coelho, o irmão do José Coelho da Rocha, e tios João Coelho de Magalhães e Félix Coelho da Trindade.

António se declara solteiro e que não havia tido filho algum fora de casamento. Seria solteiro virgem? Não declarou.

Fato foi que ele declarou como herdeiro a Bento Joaquim de Castro e, na falta desse, sua mulher. Não a nomeou nem explicou nada.

Deixou 100$000,00 réis para cada irmão inteiro, ou seja, filhos de mesmo pai e mãe. Deixando suspeita de que não fosse muito amigo dos irmãos, filhos de dona Escolástica de Magalhães, primeira esposa do pai.

Deixou o legado de uma mora de casas, em Dom Joaquim, a D. Anna Carlota D'Araújo. A qual se presume que tenha sido esposa do Bento Joaquim de Castro, já que o tal, `a abertura do testamento, já era falecido, mas ela se tornou a herdeira dos bens restantes, depois dos legados e descontos.

Nomeou em ordem de primeiro a terceiro os irmãos inteiros: José Coelho da Rocha, João Coelho de Magalhães e Félix Coelho da Trindade como seus testamenteiros. Para o que aceitasse, o prémio de 100$000,00 réis. No final, quem foi testamenteira e inventariante foi dona Anna Carlota D'Araújo.

Alias, António fez questão de revelar que ela fora exposta a Ignacio Gonçalves do Prado, então falecido. Isso significa que ela ao nascer foi deixada na casa do Ignacio. `A época do inventário, o irmão José já havia falecido em 1844, do Félix nada se sabe e o João faleceu 30 anos depois, em 1879.

O fato de pelo menos o João ter deixado para la o premio de 100$000,00 réis, levanta a suspeita que dona Anna Carlota D'Araújo tenha sido filha do António. Não se menciona que ela tenha deixado descendentes, dai não podermos aventurar dizer que merecemos um exame de DNA para saber.

Para cada afilhado de batismo, António legou 20$000,00 réis. E aí algo curioso. O testamento foi escrito a 22 de agosto de 1828 e ele viveria até 1849. Trinta anos antes do falecimento ele estava apadrinhando mais um, o trisavô António Rodrigues Coelho. Essa era a razão pela qual ambos tinham o mesmo exato nome.

Declarou que assim que morresse seus escravos estariam livres como se de ventre-livre fossem. E deixou 50$000,00 réis para ser repartido entre os pobres `a proporção deles.

Deixou outros dois montantes de 50$000,00 réis. Um para uma pessoa que julguei chamar-se Emerencianna, filha de Joanna Prebola, escrava de Bento Joaquim de Castro; o outro parece que o nome também começa com E, mas traduzi por Eliana, filha do João Coelho de Magalhães, morador no Corrente.

Obviamente trata-se do irmão dele, João. Mas não temos conhecimento de filha com nome Eliana. Ele teve Emília e Eufrásia. Dai pairam dúvidas.

Era irmão da Ordem Terceira de São Francisco no Serro e de Santo António no Ouro Preto. Deixou ordem para pagar suas contas caso as tivesse, e queria ser sepultado usando o hábito de São Francisco, na Capela de São Domingos, em Dom Joaquim.

Pediu 100 missas para sua alma e 20 para as dos pais. Alem de missas para os escravos.

Havia declarado que era natural da Comarca do Serro Frio, mas não revelou o lugar, que julgamos ser a Fazenda do Achupé, que se estendia do atual território de Conceição do Mato Dentro até Carmésia, no curso do Ribeirão de mesmo nome, ainda com duas propriedades com esse nome, uma em cada território.

Segundo dados do inventário, António Rodrigues Coelho faleceu a 4 de agosto de 1849. 04/08/1849.

Acima são duas fotos de cada inventário. As primeiras constam porque estava tentando compreender quem eram donas Alexandrina e dona Libéria. As primeiras páginas não existem mais. Tive que recuperar o Título de Herdeiros em diversas outras partes.

As seguintes, a respeito do António Rodrigues Coelho, nos oferecem pelo menos o dado que foi filho mesmo do José Coelho de Magalhães e Eugenia Maria da Cruz. Isso tem a importância de comprovar que o casal existiu mesmo. Documentado e que foi os pais do tetravô José Coelho da Rocha e tios João e Félix.

Antes tínhamos as informações mais por tradições. Os antigos genealogistas da família passavam a informação sem mencionar documento algum.

Nesse contexto, o António não mencionou ter sido irmão inteiro da Clara Maria de Jesus, como a tradição fala. Talvez ela tenha sido filha da dona Escolástica, ou pode ter sido a madrasta da pentavó Eugenia Maria da Cruz. Mas aí requer a analise e descobertas em outros documentos.

A pequena informação de que o José Coelho da Rocha foi mesmo filho do casal tirou dos ombros uma parte da ansiedade, pois, o registro de que ela teria se casado em 7/7/1799 com o José Coelho de Magalhães, feito pelo professor Nelson Coelho de Senna, levantava a dúvida quanto a ter sido mãe antes disso. Agora podemos nos arvorar de que os dados de nossa ascendência estão absolutamente corretos.

No processo todo, do António Rodrigues Coelho, não constam os recibos da distribuição da herança. Não tem uma explicação do que aconteceu entre a data do testamento, 1828, e do inventário, 1849.

Os recibos poderiam ajudar muito, pois, costumavam trazer nomes dos recipientes e suas filiações, o que poderia ajudar-nos a encontrar vínculos familiares ainda ocultos.

O senhor Dione passou a dica e fui conferir. Minhas suspeitas de que Bento Joaquim e D. Anna Carlota fossem casados se confirmam pela imagem 5. Constam no censo de 1831/2.

Mas, pela idade que já tinham, desconstrói a minha hipótese de que um ou outro pudesse ter sido filho natural do tio António Rodrigues Coelho. Um deles poderia ter sido filho do pai dele, alferes-de-milícias José Coelho de Magalhães.

Infelizmente o testador não deixou transparecer a menor dica do porque ele nomeou o Alferes Bento Joaquim e D. Anna como seus herdeiros universais. Só se pode imaginar que além da amizade houvesse algum grau de parentesco, especialmente com ele, já que dona Anna tinha pais incógnitos.

A nomeação do Alferes Bento não pode ter sido por caridade. Alem do casal, senhores da casa, aparecem no censo 23 escravos nomeados e 1 em dúvida.

Não há como constatar se tiveram filhos e/ou filhas. Nas idades que estavam, 62 e 46, poderiam ter tido alguns, porém, já casados. Nenhum aparece no censo.

A foto 6 revela que Bento Joaquim e António Coelho eram vizinhos. Tinha dúvidas a respeito desse António ter sido nosso tio ou não. Isso porque não aparecia com o nome completo no censo.

O António aparece com 47 anos, o tio João com 45 e o tetravô José com 50. Por aí podemos deduzir a ordem de nascimentos deles.

Seria interessante explorarmos mais as dicas que procedem desse inventário. António mencionou que deixava cotas de 100$000,00 réis somente para os irmãos que lhe eram inteiros. Talvez essa atitude seja porque ia declarar ao alferes Bento Joaquim de Castro como herdeiro universal, podendo ele ter sido o irmão mais velho de todos.

Pelas idades que tinham no censo em 1831-2, e se não haviam tido filhos até `a data do testamento em 1828, o António esperava falecer primeiro que o Bento e também que sua fortuna junto com a dele acabariam sendo repartidas entre todos os irmãos.

Mas o enredo da história frustrou os planos. Bento faleceu primeiro, a viúva herdou dos dois e não temos o inventário dela para saber o final do novelo.

Agora fica aí a questão genealógica mais importante. Se o Bento foi realmente um dos irmãos desses nossos antepassados, de que lado herdou o sobrenome Castro?

A pergunta pede duas respostas. Uma se o Castro dele fazia parte de uma das famílias mais nobres de Espanha e Portugal. E se acaso ele nos foi transmitido ocultamente ou não.

Explicando. Se o Bento foi filho do José Coelho de Magalhães com a primeira esposa dona Escolástica de Magalhães, até aí não teremos o Castro se acaso ele tiver vindo por ela, já que somos descendentes da segunda esposa, pentavó e sextavó Eugenia Maria da Cruz.

Mas pode ter vindo via o próprio alferes José Coelho de Magalhães. Nesse caso, tanto os descendentes da primeira quanto da segunda esposa o herdariam. Uns `a vista e outros ocultamente.

O professor Nelson Coelho de Senna dizia acreditar que o alferes José era filho ou neto do português Manoel Rodrigues Coelho. Pelas referências dos tempos em que viveram e atuaram, se foi mesmo, o mais certo seria ter sido neto.

Em sendo neto, o candidato mais forte a ser pai do alferes, dentro do que acredito e conheço, deve ser o João Coelho de Magalhães. Esse foi citado pelo alferes Luiz António Pinto em seus escritos como pessoa que deixou testamento escrito no Liv. 20, `a f. 181v, da Vila do Príncipe.

Pelo número do livro, calcula-se que o testamento tenha sido escrito por volta de 1770. Garante-se aí que por volta dessa data um pai prevenido para o alferes José realmente estivesse preocupado com o próprio destino espiritual e com a distribuição de seus bens aos herdeiros.

Obviamente, a melhor evidência de que o pai do alferes José Coelho de Magalhães pudesse ter o nome de João Coelho de Magalhães foi o filho que ele teve com nome idêntico. E, nesse caso, o primeiro João Coelho pode ter tido esposa proveniente da família Castro e, em sendo assim, todos acumularíamos mais esse sobrenome no pequeno dicionário de alcunhas que já temos.

`A época, o sobrenome Castro estava presente na Vila do Príncipe. Isso podemos observar nas notas do alferes Luiz Pinto, nas quais registra que o português Cap. Mor Vicente Pereira de Moraes e Castro fez seu testamento em 1774.

E faleceram os portugueses, sem testamento: António Durães e Castro, em 1780 e Manoel Durães e Castro, em 1793.

Por fim, se o Manoel Rodrigues Coelho foi mesmo avô do alferes José, tanto ele quanto a esposa poderiam ter tido genitores da família Castro. O surgimento de um sobrenome ancestral numa geração posterior como a de netos ou bisnetos era muito comum naquele tempo.

Mas a melhor atitude aqui é buscar as informações documentais. As suspeitas ajudam as pesquisas, mas nem sempre se concretizam.

Sobrenome Coelho
Sobrenome Magalhães

Cadastrado por Valquirio de Magalhães Barbalho.
Fonte: informações extraídas do livro Árvore Genealógica da Familia Coelho, de Ivania Batista Coelho.
Parentes próximos Descendentes

Eugênia Rodrigues da Rocha (Eugenia Maria da Cruz I)

Código: 56781

Nascimento Morro do Pilar, MG, 1765

Falecimento Santo Antônio do Rio Abaixo, MG, 1806

 casou-se com José Coelho de Magalhães

Irmão:
Emanuel Rodrigues da Rocha (? - ?)

Sobrenome Rocha
Sobrenome Rodrigues

Cadastrada por Valquirio de Magalhães Barbalho.
Fonte: Árvore Genealógica da Família Coelho - Ivânia Batista Coelho
Árvore genealógica Parentes próximos Descendentes Famílias às quais pertence
Casaram-se em Morro do Pilar, MG, em 7 jul 1779.
Casaram-se em Axupé, Morro do Pilar-MG Brasil.


Filhos do casal:
José Coelho da Rocha (1781 - 1844)António Rodrigues Coelho (1785 - 1849)
João Coelho de Magalhães (1787 - 1879)Félix Coelho da Trindade (1789 - ?)
Clara Maria de Jesus (1790 - 1865)