Carlos Luis de Miranda
(1818 - 1887)
Mariana Corrêa Rabelo
(1858 - 1944)

Leopoldo Luiz de Miranda (Leopoldo Luiz Mayer de Miranda)

Código: 6114

Nascimento Diamantina, MG, 31 out 1868

Falecimento Belo Horizonte, MG, 10 nov 1947

 casou-se com Maria Mercedes Corrêa de Oliveira Mourão

Irmãos:
Cajuby Mayer de Miranda (1864 - 1918)
Querubim Mayer de Miranda (1873 - 1892)
Maria Salomé Mayer de Miranda (1875)
Eufrozinha Rufina Perpétua Mayer de Miranda (1882 - 1974)
Rita Teresa Mayer de Miranda (? - ?)
Manoel Garibaldi Mayer de Miranda (? - 1889)
João Laurentino Mayer de Miranda (? - 1938)
Anna Clara Mayer de Miranda (? - ?)

Em 3 de fevereiro de 1947, os filhos, genros, noras e netos de Leopoldo e Mercedes organizaram uma hora lítero-musical, que teve o seguinte programa de atividades:
I Parte Abertura da Sessão - Aires da Mata Machado Filho Piano - Arnaldo Marchesotti Declamação - Vanita Piano - Arnaldo Marchesotti Contos - Paulo Mourão
II Parte Canto - Mariinha, acompanhada por José Piano - Arnaldo Marchesotti Anedotas - Horácio Versos - Mariana Piano - Arnaldo Marchesotti Encerramento - Consuelo
Na abertura da seção, Mestre Aries leu a história que transcrevemos a seguir:
Era uma vez...
Um mancebo muito bem apessoado que, não se sabe bem por que razão, se fizera amigo de uma das mais importantes figuras da localidade. Passeavam juntos, trabalhavam de comum acordo na política, eram parceiros ao solo e ao voltarete.
O moço frequentava muito a casa do amigo, para o joguinho e para comentar as novidades. Uma certa hora, as moças serviam o café. Mas isso, é claro, nada tinha que ver com o Saldanha da Gama, nem com o golpe de Estado do Marechal Floriano...
Uma tarde, passeavam os dois amigos, como de costume e acertaram de parar na velha ponte dos Suspiros. Era a hora confidencial, em que o sol descamba, e já se pode saber o ponto onde a lua vai surgir. E travou-se então esse diálogo, depois de longo silêncio significativo:
- Matias, porque não se casa com a Lucilia? - Não. Não caso, porque eu quero casar é com a sua filha Leonor.
Daí a um mês, o professor Matias da Silveira recebia como esposa a gentil Senhorinha Leonor Mendes Beirão, extremosa filha do nosso dileto amigo Dr. Olívio Beirão, figura de destaque na alta sociedade tradicional de Turmalina.
Isso, há 47 anos passados.
Qualquer semelhança de personagens desta história com indivíduos pertencentes à nossa família, deve ser atribuída a mera coincidência.
Também em 1947, seis meses antes de seu falecimento, Leopoldo de Miranda viajou até Araxá para observar um eclipse com seu filho Heráclito e a esposa deste, Consuelo. Escreveu Leopoldo um diário de lembrança desta viagem:
"Saímos de Belo Horizonte na R. M. V. [Rede Mineira de Viação] às 21 horas de 17 de Maio de 1947. Andamos 9 horas de noite. Logo ao amanhecer do dia 18, puz-me em observação: vi roças de milho-tambueiras, uma outra com espigas regulares; gado vacum em bôa quantidade, mas cavalar insignificante. Abacaxi em grande quantidade, - uma Estação tomou-lhe o nome "Abacaxi". Ainda há muitos ranchos de capim. Cana de açúcar em quantidade, bananeiras bastante! Às 9 e meia horas vi uma fazenda com gado e larageiras de fazer inveja!...
Na beira da estrada até grande distancia vêm-se um capinzal de diversas qualidades, ainda muito verdes. Tigre, estação depois de Bambui, – grande quantidade de lenha na margem; Tigre é rodeada de morros – capim e bambual. Em Tigre há tábuas de pouca largura; há um fundangão – passa um ribeirão volumoso.
Uruburetama, – parada, algumas casas.
A R. M. V. toma todas as direções – dos 4 pontos cardeais...
Uma fazenda grande – gado vacum. Um túnel de segundos de escuridão! Campos Altos. Às 8 e meia horas chá com pão. O trem matou um cavalo!...
Itamarati – grande coqueiral macaubas! Almoçamos na R. M. V.: eu, Heráclito e Consuelo; esta teve um pequeno enjôo.
Tobaty adiante; Riacho Corumbá. Uma fazenda com 2 éguas paridas – gado vacum e cavalar; residência do engenheiro da Rêde.
Ibiá – cidade banhada pelo rio Corumbá; tem charqueada; ponte: a melhor da zona circumvisinha.
Estação de Estêvão Lôbo.
Na caixa d’água demoramos 30 minutos e partimos às 4 horas e 40 minutos. Há criação de porco e galinha.
Tamanduapava – grotas, sucavôes, florestas seculares!
Chegamos às 17 horas e 30 minutos à Cidade do Araxá.
Fomos de automóvel para o Grande Hotel de Barreiro, quartos 452 e 453.
Oswaldo Antunes de Oliveira - gerente, quasi proprietário. O Hotel foi feito por Benedito Valadares, quando Governador, no período da ditadura. Tem o Hotel 332 quartos. Perguntei pelo maior criador de gado vacum? José Adolfo tem de 3 a 4000 cabeças por ano. Um gaiato; além de gado, cachorro!...
Na manhã de 19 fomos à fonte de D. Beija, antiga proprietária, água radio-ativa. Árvore secular, onde ela passava na sombra, as horas de lazer. Lama medicinal, onde existe uma máquina tocada à água, separando a nutrição para as roças e quitandas!
Há uma placa dos engenheiros Freire & Sodré. Ossos de animais antigos, antes da nova era!...
Jardins regados artificialmente, por meio de canos de ferro que jogam a água a grande distancia e em diversos sentidos, como chuva!...
À noitinha, depois do jantar que é sempre às 19 horas, assentei num banco de pedra, em frente ao Grande Hotel. Estávamos Dr. Heráclito, D. Consuelo e eu, para vermos o eclipse! Eram 9 horas, 20 de Maio, todos atentos, quando 2 aviões apareceram entre as nuvens, parando entre as nuvens que cada vez mais fechavam o horizonte! Às 9 horas e 25 minutos – tudo escureceu, como se fosse noite; acenderam-se os lampiões, mas minutos depois pôz-se a clariar como se fosse uma nova aurora! Não se viu nada! Os Russos que lá abarracaram, com instrumentos astronômicos, para tirarem a limpo os estudos de Einstein, quasi choraram por ficarem a ver navios!... Façam o cálculo que vieram pelo mar do Norte, quebrando gêlo para passarem; armaram aparelhos e à última hora – só nuvens pretas!... Só às 10 e meia horas o sol se pôz a produzir calor, depois de pingos grossos de chuva!...
O pôvarco de luneta escura observava.
As 2 filhas de D. Hilda Rabelo da Mata Machado, Ione e Ivete, foram e voltaram de avião. O Dr. Heráclito com maquina fotográfica punha a mirar algum ponto mais claro, procurando fotografar alguma passagem do eclipse.
O Grande Hotel tem um apartamento Presidencial com a diária de Cr$3.000,00.
O descobridor de Araxá foi o bandeirante Lourenço Castanho Jaques de 1636 a 1736.
O Grande Hotel hospedou 00 que vieram para ver navios!...
Tem a Cidade um Ônibus – Barreiro, que cobra, por ida e volta, Cr$4,00. Na noite de 20 para 21, Heraclito e Consuelo foram ouvir canções em benefício da escola publica de Barreiros; mas eu deitei, levantando mais cêdo e eles ainda dormiam. Não quiz tocar a campainha para vir o café; pois podia ficar frio. Desci no Elevador e fui à varanda. Serviram-me de tira jejum e dei de gorgeta Cr$5,00.
Saí para o jardim, aguardando a chegada do Ônibus Barreiro.
Atravessou-me uma criança pobre a quem dei quarenta centavos.
Pouco depois chegou o Ônibus; fui à Cidade, demorando apenas 10 minutos. Quando cheguei ao Grande Hotel, Heraclito disse-me que tinha ido ao acampamento dos Russos que pretendiam demorar mais uma semana. Fomos depois do almoço à Cidade de automóvel; demoramos bastante tempo, seguramente duas horas. Apeamos na rua Presidente Olegário Maciel; depois de Consuelo comprar uns objetos, fomos à praça Benedito Valadares – o grande benfeitor de Araxá, placa colocada pelo prefeito – Álvaro Cardoso.
A estancia de Araxá dista 10 minutos de automóvel da Cidade do mesmo nome, tendo ao Norte e Oeste a cidade de Perdizes; ao Sul Sacramento e a Leste – Ibiá.
Araxá, na língua dos indígenas, quer dizer – Cidade alta, onde o sol se vê primeiro em toda América do Sul. A volta fez-se na Quinta-Feira, 22 às 11 e meia horas, na mesma R. M. V. e chegamos no dia seguinte a Belo Horizonte, às 7 e 10 da manhã.
Perdi minha boceta de tomar rapé, prezente de Sinhá Andrade. Não pensem que não fui à Rede Mineira de Viação procurar. Perguntava num escritório: É ali; é acolá; é mais adiante... e assim fez-me lembrar do "Diário da Tarde" em reclamação contra o desleixo existente. Afinal procurei o carro onde vim; estava fechado e o José Macaco não estava presente. Nessa noite, um guarda pediu-me dez cruzeiros, pois estava sem vintém para concluir a marcha.
Em conclusão: belo sexo, vi de todas as espécies – Sereias, Águias, Pavões, Tucanos, Araras, Emas, Perdizes, Garças, Avestruzes, Anús – brancos e pretos, Codornas, Faizões, Maracanãs, etc. até corujas!..."
Nesta mesma caderneta, encontra-se o seguinte texto:
"Setembro de 1947
Sei, pela História Universal, que este nosso Planeta aparece e desaparece - de 2000 em 2000 anos, por consequência só restam 33 anos, em face de um historiador ter dito que o Kalendário Juliano, reformando o Lunar que foi feito 19 anos depois que a terra apareceu, confirma esta concluzão!...
Como as leguminozas não podem aparecer sem os três elementos - ar, água e calor, recomendo muita economia para atingirem o fim que não está longe!...
Como não deixei constado, na minha auto-biografia, a substituição do Professor Sebastião Fernandes, por 15 dias, a pedido do Cônego Manoel Alves, Inspetor Municipal, logo após ter me titulado normalista, venho fazer público este acontecimento. Nesta substituição deu-se o primeiro caso concreto de minha vida no cumprimento de dever. Houve uma briga entre os alunos - Herculano Cezar Pereira da Silva e Salvador R. Fróes. De acordo com o Regulamento de Instrução da época havia castigos físicos e prizão em quarto escuro, este castigo só se dava por terminado após as lições, terminado o horário do dia. Os dois brigões tiveram este castigo. Após o encerramento da tarefa do dia, antes de serem soltos com as recomendações regulamentares, chegou o Augusto Cesar, dizendo que o pai, Cel. Manoel Cezar tinha mandado pedir que soltasse o Herculaninho que tinha almoçado pouco e devia estar com necessidade; também já estava cumprido o castigo e ambos foram soltos. Fechei a escola e fui para casa!... No dia seguinte, quando voltei, encontrei a vizinhança toda alarmada!... dizendo que o Cel. tinha ido de revólver em punho, clamando vingança aos céus e à terra!... só ficou nisso. Acabadas as aulas do dia seguinte levei o fato ao conhecimento do Cônego e este me disse: "foi pena que V. não dessa 1/2 dúzia de bolos de palmatória!... Pesquizando, soube que o professor não levava à sério a disciplina pedagógica!...
Esta substituição deu-se em virtude do professor Sebastião Fernandes precizar de ir ao Serro para ver uma herança de que era herdeiro. Não recebi vintém, mero favor!... Foi no ano de 1888!...
Em 1989, Agosto 19, fui para Piedade de Minas Novas, como professor adjunto. Tomei posse e fui para a escola primária - era sábado, o colega José Cerqueira - O Zuza - deu ???? aos alunos. Só entrei em exercício na Segunda-Feira. Dividimos os alunos. Do lado do Zuza ficou um aluno desses que só querem brincar e fazer artes. Não gostando da comédia, disse ao Colega que passasse o brincalhão para o meu lado. Por artes de Berliques e Berloques, contive o insubordinado, a ponto do Colega me chamar a atenção que o menino era filho de um chefão; mas não me retraí. No sábado chegou o Cel. José Pinheiro França, de uma chácara - Bananal, distante do arraial uns 6 kilometros. Daí a
[Neste ponto é interrompida a narração, no início da descrição, consta a data de Setembro de 1947. Leopoldo morria menos de dois meses depois.]
Pelo Decreto Estadual no. 10.192, de 20/12/1966, publicado no "Minas Gerais" de 21/12/1966, as Escolas Combinadas da Vila Ineco, em Belo Horizonte, foram transformadas em Grupo Escolar com a denominação Professor Leopoldo de Miranda.
Foi sepultado no jazigo 134 do Cemitério do Bomfim em Belo Horizonte, MG.

Sobrenome Miranda

Fonte: Nossa Gente Genealogia
Árvore genealógica Parentes próximos Descendentes Famílias às quais pertence Galeria de fotos

Maria Mercedes Corrêa de Oliveira Mourão

Código: 6125

Nascimento Diamantina, MG, 22 mar 1879

Falecimento Belo Horizonte, MG, 9 ago 1959

Nome de casada: Maria Mercedes Maria Mercedes Mourão de Miranda

 casou-se com Leopoldo Luiz de Miranda

Irmãos:
Francisco Sales Corrêa Mourão (1877 - 1926)
Maria Cecília Corrêa Mourão (1880 - 1882)
Maria Olinta Corrêa Mourão (1881 - 1972)
Pedro Corrêa Rabelo Mourão (1882 - 1963)
Maria Bernadete Corrêa Mourão (1884 - 1944)
Júlio Corrêa Mourão (1885 - 1962)
Maria José Corrêa Mourão (1889 - 1970)
Maria Zelinda de Oliveira Mourão (1891 - 1976)
João Corrêa Mourão (1893 - 1894)
Maria Esther Corrêa Mourão (1894 - 1967)
João Cleto Corrêa Mourão (1896 - 1966)
Olímpio Júlio de Oliveira Mourão Júnior (1900 - 1972)
Paulo Krüger Corrêa Mourão (1901 - 1989)

"Dona Mercedes, cumparando mal, a Senhora tem a Coragem de uma Onça!"
"A Luz da inteligência poderosa não se lhe extinguiu de uma só vez", assim o prof. Aires da Matta Machado Filho, iniciou uma crônica sobre o falecimento de Dª Mercedes publicada no jornal O Estado deMinas em 22/03/1979, dia do centenário de nascimento da matriarca. "Resistiu à escuridão, enquanto pôde. Lento e lento, foi-se-lhe confundindo, até que em bruxuleio final que ninguém fixou, passou a brilhar de fora para dentro. De tanto recordar, perdeu o rumo da reminiscência, que se transformou na única realidade. Por fim, transfez-se em sombra do que antes era.
Quem a visse então, sentia-lhe a morte, vez a vez. O gritante contraste doía na inteligência e na sensibilidade. Por isso, quando ela se foi para sempre, experimentaram a impressão de assistir a um remate muito triste aqueles que permaneceram deste lado, "na luta e na saudade", no dizer de Dom José Newton de Almeida Batista, Arcebispo de Diamantina. Nessa cidade nasceu, amou, viveu. Aí encontrará quem se dispuser a evocá-la, para exemplo e admiração.
O pai, político por vocação pessoal e amor à sua terra, pôde dar-lhe o modesto conforto das famílias numerosas. Temeroso do mal do século, adotou uma concepção anti-romântica da educação feminina, rara naqueles tempos. Não queria saber de jovem sonhadora, a consumir-se de amor, ao som de bilros. Encaminhou-a para a vida intelectual.
A mãe, cuja nobreza de alma e sangue se retemperou na dureza da vida em que a criaram, ensinou-a a enfrentar a pobreza como privação que Deus envia. Na suavidade dos modos singelos, cultivou-lhe a têmpera da energia.
Pertencia a essa casta de mulheres que educam a poder de esforços e sacrifícios desajudados, filhos e filhas. Um dia ainda se estudará a matrona mineira. A nossa contou com o apoio do companheiro, a quem sempre auxiliou em tudo e por tudo. Entrou a decair, quando o perdeu.
Nasceram-lhe dezesseis filhos. Só não criou até o fim aqueles a quem Deus quis levar em botão. Muito fez a jovem estudiosa, moça culta, a professora, a mulher de inteligência esclarecida, mas o primor dos seus feitos está na formação cristã de familia modelar. Valha o testemunho quem o sente, em todos os minutos, de quase vinte anos.
Da primeira vitória intelectual ficou documento. "O Município" noticia a formatura da normalista, com distinção em todas as matérias, menos um plenamente em Economia Política, que então fazia parte do programa. Foi em 1896.
Os rapazes da cidade tinham os seus professores particulares. Estudavam com eles para irem prestar exames de preparatório, na Capital do Estado. Por que tolher a mesma aspiração às moças? Também a elas começavam a franquear-se, embora dificultosamente, as portas da Universidade. Dirigiu-se a Belo Horizonte e fez os seus preparatórios, com brilho fora do comum. Nisso foi a primeira naquela região.
De mais uma primazia podia se orgulhar-se. Em 1899, com outras moças da cidade igualmente imbuídas de preocupações culturais , fundou o periódico " Esperança", uma das primeiras folhas feministas do Brasil. Tinha de pugnar pelas revindicações feministas. Nisto como em tudo mais, nunca se esquivou aos princípios da religião verdadeira.
A fé escudou a católica contra o desespero na adversidade e a revolta na injustiça. Afrontou e venceu o sofrimento. Dele tirou proveito, talvez despercebidamente, para proporcionar aos filhos a escola incomparável da dificuldade.
Tinha construído a própria casa: no sentido metafórico, mas até na acepção concreta da palavra. Desenhou-lhe a planta, numa quadra em que, mortos havia muitos arquitetos coloniais, mestres que se guiavam pelo risco, se tornou costume edificar pelo rumo... Vigiou os operários [daí a frase que abre este texto] e há de tê-los ajudado algumas vez.
Os meninos punham-se grandes, sem onde continuarem seus estudos. Recursos para tanto não os havia em Diamantina fora do Seminário e do Colégio Particular da Irmãs Vicentinas. "Vamos fundar uma escolanormal" - propôs o marido. Figurava o nome dela na lista dos professores. Desde então, lecionou Aritmética, Álgebra e Geometria
Longo tempo sustentou-se a escola, só de abnegação do corpo docente.
No entanto, ia indo por adiante. A Professora de Matemáticas formava discípulos, em cuja vida se projeta, primeiro na cultura, agora também na saudade.
Simultaneamente, a família ia-se criando: dezesseis filhos e não sei quantos alunos.
Também se fez professora primária. Quando mocinha, ajudara a mãe, que também dava escola. Foram só dois anos, mas os alunos desse tempo não a esquecerão nunca.
Em Diamantina, deixou o seu ar e seu gosto. Mesmo assim, ainda viveu dias tranquilos na Capital. Pulsou e sopesou valor e prestígio dos filhos, os quais se fizeram e subiram, quando o avô, já em desgraça política, não os podia proteger. Foi-lhe dado ver os frutos dos desvelos com as filhas. Em torno dela reuniam-se os netos, que chagaram a 52 em sua vida. Deus ainda lhe concedeu lucidez para abençoar os primeiros bisnetos entre os dezesseis que deixou.
Cessa de viver, neste mundo, aos oitenta anos e poucos meses, pois nascera a 22 de março de 1879 e faleceu a 9 de agosto de 1959.
Energia e fé, duas palavras já empregadas nestas pobres linhas, resumem a vida que se finou em plenitude. A consideração de tudo quanto neles se compagina sempre acompanhará em adequado contraponto aimorredoura lembrança de Dª Maria Mercedes Mourão de Miranda".
A força de Dª Mercedes, foi tão marcante na família, que apesar do esposo ter registrado uma filha com o nome de Aspásia, Dª Mercedes, por sua conta a batizou de Olyntha e foi o nome pelo qual ela foi conhecida pelo resto da vida.
Foi sepultada no jazigo 134 do Cemitério do Bomfim em Belo Horizonte, MG.

Sobrenome Corrêa
Sobrenome Mourão
Sobrenome Oliveira

Fonte: Nossa Gente Genealogia
Árvore genealógica Parentes próximos Descendentes Famílias às quais pertence Galeria de fotos
Casaram-se em Diamantina, MG, em 3 fev 1900.

Filhos do casal:
Maria Nilda de Miranda Mourão (1900 - 1997)Carlos Mourão de Miranda (1901 - 1902)
Carlos Mourão de Miranda (1902 - 1951)Alberto Mourão de Miranda (1903 - 1904)
Alberto Mourão de Miranda (1904 - 1905)Alberto Mourão de Miranda (1906 - 1968)
Olímpio Mourão de Miranda (1907 - 1967)Heráclito Mourão de Miranda (1909 - 1989)
Maria Eustela Mourão de Miranda (1910 - 1997)Yolenita Mourão de Miranda (1910 - 1925)
Maria Solange Mourão de Miranda (1913 - 1985)Mariana Jofrina Mourão de Miranda (1914 - 1998)
Newton Mourão de Miranda (1915 - 1917)Maria Vanita Mourão de Miranda (1917 - 2003)
Maria Olinta Mourão de Miranda (1918 - 1982)Maria Antonieta Mourão de Miranda (1921)