Maria Cândida Jorge
(1893 - 1989)

Eugênio Soares Rodrigues

Código: 2371

Nascimento Belo Horizonte, MG, 20 jul 1922

 casou-se com Genny de Ávila

Irmãos:
Maria Soares Rodrigues (1906 - 1995)
Raimundo Soares Rodrigues (1910 - 1981)
Ruy Soares Rodrigues (1911 - 2002)
Roberto Soares Rodrigues (1913 - 1994)
Martha Soares Rodrigues (1919 - 1994)
Renato Soares Rodrigues (1920 - 2013)
Margarida Soares Rodrigues (1924 - 2020)
Ângela Soares Rodrigues (1928 - 2006)
Reinaldo Soares Rodrigues (? - ?)
Gilberto Soares Rodrigues (? - ?)
Remarque Soares Rodrigues (? - ?)

O centenário de Eugênio Soares Rodrigues

Ontem, 20 de julho de 2022, completou-se um centenário de vida de Eugênio Soares Rodrigues, provavelmente um dos mais velhos entre os cidadãos nascidos em Belo Horizonte. Desde a década de 1940 ele reside no bairro de Santa Tereza.

Ele é de 1922, quando a capital mineira completava apenas o seu primeiro quarto de século de existência. Nasceu na rua Rio Preto, atual rua Célio de Castro, no vizinho bairro Floresta. O pai Juvenal Soares Rodrigues nasceu em 1881 em Paracatu, noroeste de Minas, quando a família estava retornando do Mato Grosso para a fazenda de origem, situada na região da atual cidade de São Joaquim de Bicas, onde se estabeleceu em definitivo e teve os demais filhos. A mãe Laurinda Soares Rodrigues, nascida em 1888, era natural de Matozinhos.

Os pais de Eugênio tiveram 13 filhos, sendo que nove chegaram à idade adulta. Quatro morreram ainda na infância, uma triste característica da época. A família morou em vários bairros, em casas alugadas. A primeira casa própria apareceu apenas nos anos 1940, no bairro de Santa Tereza, rua Eurita, número 666, entre as ruas Estrela do Sul e Tenente Durval.

Em 1951 ele se casou com Genny de Ávila, moradora do segundo quarteirão da rua Dores do Indaiá, também em Santa Tereza. Ela nasceu na histórica cidade do Serro em 1925. O pai, Francisco Nominato de Ávila, já tinha se aposentado como comerciante de lá e trouxe para a jovem capital, nos anos 1940, a esposa Maria Cândida Jorge e as filhas Conceição, Genny e Celma. Nos dois primeiros anos após a sua transferência ele morou de aluguel na rua Curitiba e depois optou por comprar uma casa própria em um lote grande que permitisse a construção de barracões para as filhas, caso desejassem.

Por estranho que possa aparecer hoje, Santa Tereza era um bairro pouco valorizado nos anos 1940, 50 e mesmo parte dos 60, por causa da de uma crônica falta d'água que só se resolveria em torno dos anos 1960 com o acesso ao reservatório do Taquaril. Era uma opção para quem tinha menos dinheiro para a compra de imóvel.

Também influenciou a escolha por Santa Tereza o fato de que vários parentes e amigos originários do velho Serro também escolheram o mesmo bairro para morar, como a dona Regina, tia de Chiquinho Nominato, que morava na rua Hermilo Alves, em frente ao grupo escolar José Bonifácio, em uma velha casa substituída hoje por um grande prédio residencial. Outros parentes que se estabeleceram aqui foram os da família Madureira, que até hoje tem descendentes morando no bairro.

O centenário Eugênio ainda se lembra que, entre a rua Célio de Castro e o bairro de Santa Tereza, a família também morou na Lagoinha (rua Rutilo, que atualmente se chama rua Comendador Nohme Salomão), rua São Paulo (centro), rua Aimorés esquina com a rua Rio Grande do Norte, rua Herval (Serra) e rua Santa Rita Durão. O último aluguel já foi em Santa Tereza e na mesma rua Eurita, mas no número 150.

O casal Eugênio-Genny sempre viveu num barracão duas vezes reformado e ampliado da rua Dores do Indaiá, e teve o primeiro filho em 1952, que morreu logo após o nascimento. Entre 1954 e 1960 tiveram os filhos Márcio, Flávio, Telma e Vânia, que lhes deram nove netos e duas bisnetinhas.

Genny de Ávila Rodrigues foi professora do grupo escolar (atual escola estadual) José Bonifácio, na rua Hermilo Alves, e alfabetizou e educou uma grande parte dos pequenos moradores de Santa Tereza até meados dos anos 1970, quando se aposentou. Faleceu em 2008, aos 83 anos. As irmãs Maria da Conceição e Celma também foram educadoras e trabalharam no grupo escolar Sandoval de Azevedo, na rua Pouso Alegre.

Eugênio Soares Rodrigues era comerciante e trabalhou a maior parte de sua vida em drogarias do centro da cidade, principalmente a Drogaria de Minas, na rua São Paulo, ao lado da galeria do Ouvidor. Depois de aposentado trabalhou alguns anos na Minasforte, empresa de transporte de valores. Sua vida profissional começou aos 15 anos e se aposentou aos 50, com 35 anos de trabalho efetivo. Portanto, tem 50 anos como aposentado rigorosamente dentro das exigências da legislação então vigente, uma situação até curiosa.

Eugênio segue lúcido mas, como não poderia deixar de ser, sentindo um pouco o peso da longa vivência. Ultrapassou bem a pandemia, mas o ano de 2022, o do centenário, foi mais pesado por conta da semissurdez, de uma labirintite e duas quedas. Mas está sempre tranquilo e alegre, características marcantes de sua personalidade, por toda a vida.

(texto do filho Márcio de Ávila Rodrigues, em 21/07/2022)

Sobrenome Rodrigues
Sobrenome Soares

Informações fornecidas por Dulce Jacquelina Guimarães Medeiros.
Fonte: Márcio de Ávila Rodrigues
Árvore genealógica Parentes próximos Descendentes Famílias às quais pertence Galeria de fotos

Genny de Ávila

Código: 2372

Nascimento Serro, MG, 15 abr 1925

Falecimento Nova Lima, MG, 19 dez 2008

Nome de casada: Genny de Ávila Rodrigues

 casou-se com Eugênio Soares Rodrigues

Irmãs:
Maria da Conceição de Ávila (1923 - 2011)
Celma de Ávila (1929 - 2007)

Teve um 1º filho em 1952, que morreu logo após o nascimento. Viveu desde a adolescência em Belo Horizonte mas faleceu no Hospital Vila da Serra, situado em Nova Lima, município limítrofe à capital.

Genny nasceu em 1925, na histórica cidade mineira do Serro, no centro do estado de Minas Gerais, a 300 quilômetros da capital. Sua formação cultural era bem serrana, bem interiorana, bem tradicional mineira. Ela e as duas irmãs – Conceição e Celma – foram educadas para cumprir o papel social padrão da época: curso Normal em um colégio dirigido por freiras católicas para se formarem professoras primárias e ensinar as crianças. Não chegou a lecionar no Serro: iniciou a carreira já na capital, e sempre trabalhou no Grupo Escolar José Bonifácio, no bairro de Santa Tereza (Belo Horizonte).
Todas as suas origens remontam ao Serro, a Conceição do Mato Dentro e região. O pai Chiquinho Nominato passou pelos distritos de Tapera (em Conceição do Mato Dentro), de Paraúna (atual Costa Sena, também em Conceição), de Mato Grosso (Serro), até se fixar no centro do Serro, onde fez a sua história como comerciante. Casou-se com uma mineira também tradicional, Maria Cândida Jorge, filha de fazendeiros, originária do distrito serrano de Rio do Peixe, hoje município de Alvorada de Minas.
Década de 1940, anos da Grande Guerra. E Chiquinho Nominato, já modestamente aposentado, achou que era a hora de seguir o caminho de outros tantos serranos: mudar-se para a jovem capital para tentar proporcionar uma vida que ele esperava melhor para as filhas e para os futuros descendentes delas. Escolheu o bairro de Santa Tereza, estimulado pela tia Regina Ávila Reis, que já tinha montado a sua casinha na rua Hermilo Alves, bem em frente ao Grupo Escolar José Bonifácio.
Na rua Dores do Indaiá, Genny de Ávila conheceu Eugênio Soares Rodrigues e ganhou outro sobrenome: casaram-se em 26/05/1951 e construíram um barracão no fundo da casa do pai, e de lá não saiu enquanto viveu. Lá criou os quatro filhos (Márcio, Flávio, Telma e Vânia), que também fixaram suas raízes nas proximidades.
Escolheu para trabalhar o Grupo Escolar José Bonifácio, e seu quadro-negro, verde como todos os negros dos quadros escolares, apresentou as primeiras letras e sílabas a toda uma geração de moradores da região.
Genny de Ávila Rodrigues viveu e morreu sem passar por grandes problemas ou traumas. Teve a sorte – ou a benção – do destino, mas contribuiu com a sua parte: sempre foi alegre, calma e ponderada. Intelectualmente ativa, procurou conhecer o mundo, acompanhava as novidades e se adaptou às inevitáveis mudanças sociais.
(Texto do filho Márcio de Ávila Rodrigues)

Sobrenome Ávila

Informações fornecidas por Dulce Jacquelina Guimarães Medeiros.
Árvore genealógica Parentes próximos Descendentes Famílias às quais pertence Galeria de fotos
Casaram-se em 26 mai 1951.

Filhos do casal:
Márcio de Ávila Rodrigues (1954)Flávio de Ávila Rodrigues (1956)
Telma de Ávila Rodrigues (1958)Vânia de Ávila Rodrigues (1960)