História de Uberaba


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Uberaba tem sua origem na ocupação do Triângulo Mineiro, que ficou sob a jurisdição de Goiás até 1816. A região começou a ter sua importância associada a uma das metas administrativas da Coroa Portuguesa, a abertura de uma estrada entre São Paulo e Goiás. Esta missão ficou a cargo de Bartolomeu Bueno da Silva (o Anhanguera). A expedição era composta por 152 homens, entre os quais 20 índios carregadores e 3 religiosos, e 39 cavalos. Ela partiu de São Paulo pelos rios Atibaia, Camanducaia, Moji-Guaçu, Rio Grande, Rio das Velhas e penetrando em Goiás pelo Corumbá. Segundo alguns relatos da época, a expedição passou por terras de Uberaba. Esta rota ficou conhecida como Estrada Real ou Anhanguera e se consistia em um importante caminho para que as autoridades portuguesas implementassem a colonização, a produção e escoamento dos minerais preciosos.

A exploração e o povoamento de todo o Triângulo Mineiro, de modo geral, se fez como em todo o Brasil Colônia, pelo domínio e extermínio das populações indígenas e dos negros nos quilombos. As estradas para Goiás tornaram-se palco de batalhas entre os exploradores dos sertões e os nativos. Diante disso, o governo de Goiás, buscando garantir a segurança das estradas, em 1742, deu ao Coronel Antônio Pires de Campos a missão de dominar e até mesmo exterminar os índios, fato constatado com a matança dos Caiapós.

Em 1766, foi criado o Julgado de Nossa Senhora do Desterro do Desemboque, sob a administração de Goiás, local rico em minas auríferas e de intensa exploração. A posse desse Arraial por Goiás era vantajosa aos moradores, pois estavam livres do pagamento de imposto sobre minerais, denominado "derrama", cobrado em Minas Gerais. Desemboque teve o seu esplendor até 1781, quando as minas auríferas se esgotaram.

Prosseguindo a exploração das terras, o governo de Goiás, para dinamizar a administração dos Sertões, nomeou em 1809 Antônio Eustáquio da Silva Oliveira (natural de Ouro Preto) para a função de Comandante Regente dos Sertões da Farinha Podre (Triângulo Mineiro).

Em 1810, Major Eustáquio liderou uma Bandeira até o Rio da Prata, passando por terras de Uberaba.

Outra expedição, chefiada por José Francisco Azevedo, atingiu a cabeceira do Ribeirão Lajeado, fundando o Arraial da Capelinha, aproximadamente a 15 km do Rio Uberaba. Entretanto, este local não se desenvolveu por falta de água e terras férteis, conforme constatou Major Eustáquio em visita ao Arraial. Em outra Bandeira, com 30 homens e à procura de novas terras para se estabelecerem, atingem o Rio Uberaba e fixam-se na margem esquerda do Córrego das Lages, onde foi edificada a Chácara da Boa Vista (hoje Fazenda Experimental da Epamig). Junto com Major Eustáquio, para lá foram fazendeiros e aventureiros que passaram a produzir e comercializar com as caravanas que ligavam Goiás a São Paulo.

Algum tempo depois, Major Eustáquio construiu sua residência na Praça Rui Barbosa (atual Hotel Chaves).

Grande número de pessoas, sabendo das condições propícias de Uberaba e do prestígio e segurança que o comandante Major Eustáquio oferecia, imigraram para o novo Arraial. Eram boiadeiros, mascates, comerciantes, criadores de gado, ferreiros etc. Os moradores logo ergueram uma Capela tendo como oragos Santo Antônio e São Sebastião, benzida em 1818 pelo padre Hermógenes Cassimiro de Araújo Brunswick, do Desemboque. Assim foi estabelecido o reconhecimento do povoado pela Igreja. Esta instituição representava prestígios decisórios junto aos governos. Em 1820, quando o Triângulo já tinha sido transferido de Goiás para Minas Gerais, o rei D. João VI decreta a elevação de Uberaba à condição de Freguesia.

O Decreto Real constituiu um grande avanço para a comunidade. Significou a emancipação e gerência própria em assuntos de ordem civil, militar e religioso. Uberaba foi crescendo e as terras foram ocupadas, formando-se extensas propriedades em razão do baixo custo da terra e da isenção de impostos sobre elas. Em pouco tempo, reuniu-se significativa população de agricultores, pecuaristas, comerciantes e outras profissões, fato que viabilizou o Governo Provincial de Minas Gerais a criar, em 1836, o Município de Santo Antônio de Uberaba. A elevação à categoria de cidade ocorreu em 1856.

Fonte: IBGE - Instituto Brasileiro de Geografía e Estatística - disponível em https://cidades.ibge.gov.br. Acesso em 14/05/2021.