História de Mariana


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Mariana, primitivamente Ribeirão do Carmo, foi a primeira entre as cidades surgidas por efeito das expedições de bandeirantes paulistas, que a partir da última década do século XVII, demandaram as Minas Gerais. E foi também, no dizer do historiador Diogo de Vasconcelos, o centro de onde se irradiou a conquista definitiva do território.

Partindo de Itaverava, Salvador Fernandes de Mendonça, em companhia de Miguel Garcia da Cunha e outros bandeirantes, acampou nas margens do ribeirão do Carmo, assim chamado por ser aquele o dia consagrado no calendário cristão à festa da Santíssima Virgem (16 de julho). Itaverava era o ponto do qual os bandeirantes vindos de Taubaté prosseguiam, como em última arrancada, para atingir o ribeirão do Tripuí. Verificaram ser o ribeirão do Carmo riquíssimo em aluviões auríferas, com a mesma formação dos granitos de cor escura e brilhante que tornaram famoso o Tripuí, onde surgiria Ouro Preto.

Tomando posse de ribeirão do Carmo e nele iniciando a mineração, mandou Salvador Fernandes levantar as primeiras cabanas ao longo da praia, hoje chamada do Mata-Cavalos. Mandou erigir também a capela que foi dedicada inicialmente ao menino Jesus, sendo mudada a invocação sucessivamente para Nossa Senhora do Bom Sucesso e Nossa Senhora da Assunção. Nela oficiou a primeira missa o Capelão da comitiva, padre Francisco Lopes Gonçalves.

Salvador Fernandes regressou, então, a São Paulo, de onde retornou, em 1699, em companhia do guarda-mor Garcia Rodrigues, para a medição e distribuição dos descobertos. Começou pelo de Miguel Garcia, no ribeirão que antes já havia encontrado e no qual fundou o arraial da Vargem, e seguiu a medição no ribeirão do Carmo, em nome de Manoel Garcia de Almeida.

Outros povoados vieram depois, e novos arraiais foram surgindo, tais como o de Camargos, fundado por Tomaz Lopes de Camargo e seus irmãos, que abandonaram suas lavras em Ouro Preto; Cachoeira do Brumado, por João Pedroso; São Sebastião, por Sebastião Fagundes Varela; Furquim, e Bento Pires, que recebeu o nome do seu próprio fundador.

Alastrou-se em pouco tempo por toda a área do ribeirão do Carmo a faixa intensa da mineração, o mesmo acontecendo logo em seguida em Ouro Preto, descoberto por Antônio Dias e outros bandeirantes. Para os dois centros, quase unidos pela curta distância que os separa, passaram a convergir levas e mais levas de imigrantes vindos de São Paulo, Rio de Janeiro e outros pontos, determinando o rápido crescimento das respectivas populações.

Fonte: IBGE - Instituto Brasileiro de Geografía e Estatística - disponível em https://cidades.ibge.gov.br. Acesso em 16/11/2020.