História de Diamantina


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No início do século XVIII, depois da descoberta da região do Ivitirui (atual cidade do Serro), para onde foram atraídos pela grande abundância de ouro aí existente, prosseguiram os seus descobridores, os bandeirantes paulistas, mamelucos e portugueses, em direção ao rio Jequitinhonha, em cujas margens procuraram minerar. Não foram felizes, porém, nessa mineração e rumaram para oeste, orientados pelo pico do Itambé, até confluência de dois cursos de água: o Pururuca (no tupi-guarani “cascalho grosso”) e o rio Grande. De tentativa em tentativa, à procura de local mais rico do precioso metal, chegaram às margens de um riacho que lhes pareceu riquíssimo em ouro e a que deram o nome de Tijuco, nascendo assim o arraial que deu origem à atual cidade.

Não se confirmou entretanto, naquele sítio, a suposição que haviam alimentado da existência de grande abundância de ouro. E o aparente fracasso ameaçava o desenvolvimento da povoação, quando a descoberta de diamantes, por Bernardo da Fonseca Lobo, em 1729, transformou por completo o futuro da localidade, fazendo convergir para ela sucessivas levas de aventureiros, atraídos pela cobiça das grandes riquezas. O pequeno arraial fervilhava de gente que vinha realizar a extração das pedrinhas claras e brilhantes que surgiam abundantes em toda a região explorada.

A partir de 1730, ainda com uma população flutuante, o Arraial do Tejuco foi se adensando. Por meio da expansão de pequenos arraiais ao longo dos cursos d’água em direção ao núcleo administrativo do Tejuco, foi se formando o conjunto urbano de Diamantina, tendo como primeiras vias a Rua do Burgalhau, a Rua Espírito Santo e o Beco das Beatas.

Levada à Corte Portuguesa a notícia da feliz descoberta, mandou D. João V ao governador das minas, D. Lourenço de Almeida, a Ordem Régia de 16 de março de 1731, determinado a suspensão e despejo de todas as lavras por captação. Caíram, em vista disso, as minerações e os garimpeiros; privados de suas atividades, viram-se em lamentável pobreza. Ante o clamor e a penúria reinantes, reiteradas petições foram dirigidas ao governador, que determinou a 22 de abril de 1732, o restabelecimento das lavras, com a condição, porém, de que não fossem praticadas por escravos ou fora do arraial.

Em 1734 foi criada a Real Intendência, para impedir que os garimpeiros se subtraíssem à fiscalização da Real Coroa sobre os diamantes. Com esse intuito desencadeou a Real Intendência uma ação terrorista e odiosa contra eles, cercando-os de apreensões e causando-lhes prejuízos em suas atividades. Em 1738, resolveu a Real Coroa implantar o regime dos contratos para a extração do diamante, cabendo a João Fernandes Vieira, como primeiro contratador, assumir a administração das lavras.

Desenvolveu intensa atividade de que resultou para o arraial uma fase de grande prosperidade. Floresceu o comércio, estimularam-se as construções e surgiram as primeiras igrejas e os grandes prédios assobradados, com as suas sacadas e balcões.

Mas o regime dos contratos, incentivando o progresso do arraial, trouxe aos garimpeiros uma vida de angústias e sofrimentos, ante o poderio dos contratadores, verdadeiros carrascos na execução impiedosa das ordens da Real Coroa. É dessa época o célebre “Livro da Capa Verde”, código terrível de exigências severas, com que era controlada em seus múltiplos aspectos a vida da população, com incentivo às denúncias e punições tremendas contra aqueles que eram envolvidos em suas malhas. Depois de luta incansável os tijucanos conseguiram, em 1821, a reforma do código, fazendo assim diminuir o poderio dos Intendentes.

Em 1938, o conjunto arquitetônico do Centro Histórico da cidade foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, e, no final da década de 90, veio o reconhecimento mundial: Diamantina recebe da Unesco o título de Patrimônio Cultural da Humanidade.

Fonte: IBGE - Instituto Brasileiro de Geografía e Estatística - disponível em https://cidades.ibge.gov.br. Acesso em 04/11/2021.